Vacinas salvam: veja linha do tempo de um ano da vacinação no Nordeste

Vacinas salvam: veja linha do tempo de um ano da vacinação no Nordeste Pouco mais de um ano após os primeiros casos de Covid-19, no dia 17 de janeiro de 2021, os brasileiros começaram a receber as primeiras doses da vacina contra a doença. Doses que representam a esperança e mostram a capacidade que o

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Vacinas salvam: veja linha do tempo de um ano da vacinação no Nordeste

Pouco mais de um ano após os primeiros casos de Covid-19, no dia 17 de janeiro de 2021, os brasileiros começaram a receber as primeiras doses da vacina contra a doença. Doses que representam a esperança e mostram a capacidade que o imunizante tem em salvar vidas, mesmo em meio ao atual crescente número de casos no país. Somente no Nordeste já são 79 milhões de doses aplicadas.

Para entender o avanço da vacinação em todo o país e, especificamente, na região Nordeste, a Agência Tatu analisou os microdados da vacinação contra a Covid-19, disponibilizados no portal OpenData SUS, do Ministério da Saúde. Por meio desta ferramenta foi possível apresentar o ritmo da imunização, por semana, em cada estado da região Nordeste.

A seguir, você pode conferir o volume total de imunizantes aplicados desde janeiro de 2021, período em que a vacinação teve início no Brasil.

As vacinas estão divididas por tipo de dose, conforme registradas no banco de dados do Ministério da Saúde e são representadas nos gráficos pelas barras coloridas. A cada semana elas são empilhadas para mostrar o real volume de doses aplicadas ao longo de toda a campanha de imunização.

Para melhor visualizar os gráficos, abra esta matéria via computador desktop.

  • Alagoas
  • Bahia
  • Ceará
  • Maranhão
  • Paraíba
  • Pernambuco
  • Piauí
  • Rio Grande do Norte
  • Sergipe

Atualmente o Brasil conta com quatro imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa: Coronavac (Sinovac/Butantan), AstraZeneca (Oxford/Fiocruz), Pfizer (BioNTech) e Janssen (Johnson & Johnson). Com os dados do Ministério da Saúde foi possível saber o volume de doses aplicadas para cada um destes imunizantes nos estados do Nordeste. Confira abaixo:

  • Alagoas
  • Bahia
  • Ceará
  • Maranhão
  • Paraíba
  • Pernambuco
  • Piauí
  • Rio Grande do Norte
  • Sergipe

Qualidade dos dados

 

Ao analisar os microdados da plataforma OpenDatasus, do Ministério da Saúde, foi possível observar uma série de erros nos campos de dados, que apesar de não inviabilizar a produção desta reportagem, escancaram a falta de cuidado do Ministério com dados tão necessários para a construção de políticas públicas eficientes.

 

Entre os problemas nos dados foram observados:

  • Mais de 14 mil registros de vacinação com data de aplicação anterior ao dia 17 de janeiro de 2021, dia em que a campanha de imunização iniciou oficialmente no país. Incluindo registros de vacinação contra a Covid-19 com datas no ano de 1900, o que seria impossível.

 

  • Vários tipos de doses que não são explicados pelo Ministério da Saúde, como: “1ª dose revacinação”, “2ª dose revacinação”, “3ª dose revacinação”, “dose inicial” e “dose adicional”. A maioria destas nomenclaturas tem poucos dados registrados e por este motivo foram desconsiderados nos gráficos acima.

 

  • Também é possível ver que no estado do Ceará, há o registro para uma “4ª dose”, mas nos demais não.

 

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde e solicitou explicações sobre estas divergências, mas até o fechamento desta matéria nenhum retorno foi dado pelo órgão.     

Doses de esperança

Quem faz parte da estatística do esquema vacinal completo é a professora Mônica Guilherme. Ela tomou a primeira dose da vacina em maio de 2021 e recorda a ansiedade, e que apesar do medo provocado pelas desinformações, tomou a vacina assim que foi possível. “Lembro-me que estava ansiosa, nervosa, mas acima de tudo tinha fé e finalmente tomei. Tive apenas uma febre interna durante a madrugada, mas no outro dia já estava ótima e consegui convencer que outros parentes tomassem também”, relata Mônica.

A segunda dose chegou para a professora em agosto, em um clima mais tranquilo, e, recentemente, em 12 de janeiro, ela recebeu a dose de reforço, um grande alívio para quem tinha medo de ser infectada e contagiar a família: “Sou grata a Deus por receber mais uma dose e não apresentar nenhuma reação. Recomendo que todos tomem, pois graças às vacinas conseguimos ficar mais tranquilos e, mesmo sendo infectados agora, os sintomas serão leves”.

Moradora de São José da Laje, município localizado a 100 km de Maceió, capital de Alagoas, Mônica destaca que se vacinar é mais que um cuidado pessoal, é um bem coletivo. “Temos que pensar que não estamos apenas nos protegendo, mas protegendo nossos familiares, amigos e demais pessoas. Quanto mais pessoas vacinadas, melhor para a população, pois a vacina nos ajuda a salvar vidas”, conta.

Na cidade, chegou a vez da criançada receber a vacina nessa quinta-feira (20), o que também foi motivo para Mônica comemorar. O filho Murilo Henrique, de 6 anos, recebeu a primeira dose do imunizante.

A mãe, emocionada, tenta passar um pouco da sensação. “Foi muito gratificante registrar não apenas com o celular, mas com os olhos da esperança a primeira dose contra Covid-19 em meu filho. Quem é mãe de criança com problema respiratório entende o quanto essa doença causou insegurança. No momento olhei para o céu e com os olhos cheios de lágrimas agradeci a Deus por tamanha bênção. Ele encontra-se sem reação e isso me deixa muito feliz”, expressa a alagoana.

“Vacinar é mais seguro que adoecer”

A afirmação é da infectologista Auriene Oliveira, que atende no Hospital Hélvio Auto e PAM Salgadinho, em Maceió. A médica alerta que o número de mortes por Covid-19 em crianças é  maior do que por doenças imunopreveníveis, durante o período da pandemia. Ela explica que o avanço da vacinação em crianças será uma etapa marcada pela redução da circulação do vírus, internações e evitará mortes. 

“Vacinar este público significa diminuir a circulação do vírus, o aparecimento de novas variantes, a internação hospitalar, a possibilidade de formas graves e ainda proteger os que estão ao seu redor, pois diminui a possibilidade de infectar novas pessoas”, afirma a infectologista.

A propagação de informação falsa é a grande responsável por assustar os pais que resistem à vacina, aponta Auriene. “A maioria está ansiosa pela vacinação. Os poucos que têm algum receio noto que está relacionado com notícias falsas espalhadas, infelizmente”, diz a médica, que defende que a ciência deve falar mais alto que opinião: “Temos os dados científicos. Não podemos nos deixar levar por politização, afinal temos uma cultura de vacina no país que tem ajudado muito na qualidade de vida de todos”.

Uma das informações falsas é a de que a vacina seria um imunizante ainda em experimento, o que não procede. “Quando as vacinas são disponibilizadas ao público elas já passaram por testes e em seguida pela autorização da Anvisa que é o nosso órgão regulador. Além disso, já temos vários países vacinando. Nos EUA, onde já foram vacinadas mais de 8 milhões de crianças nessa faixa etária, houve baixíssima taxa de eventos adversos sem relato de óbito”, reforça a infectologista.

Deixar de vacinar esse público é um grande risco, alerta Auriene, pois os pequenos têm sido um dos grandes alvos da doença. As complicações podem variar de acordo com o estado de saúde de cada uma. 

“A Covid-19 pode apresentar formas graves como pneumonia, miocardite e encefalite. Temos ainda a Síndrome Inflamatória Multissistêmica em Pediatria (SIM-P), um quadro que aparece tardiamente, quando na maioria das vezes a criança já tem a Covid-19 superada, e surge novamente com febre alta prolongada, acompanhada de lesões de pele, inchaço de braços e pernas, conjuntivite, podendo ainda acometer o coração com dilatação de coronárias”, elenca.

A ansiedade da Mônica em ver logo o filho Murilo vacinado não é em vão. A médica infectologista acrescenta que crianças com comorbidades apresentam um risco a mais diante da doença: “Pacientes com doenças crônicas como diabéticos, neuróticos, neuropatologia e cardiopatas podem fazer de forma mais grave ou mesmo descompensar suas patologias de base”.

 

Metodologia:

Os dados utilizados nesta reportagem foram coletados no site OpenData SUS, do Ministério da Saúde, analisados e processados por meio de software desenvolvido na linguagem Python (neste link é possível consultar o código completo). O período analisado é de 17 de janeiro a 14 de janeiro de 2022.

Para esta análise não foram levados em conta possíveis atrasos no registro realizado pelos municípios no sistema de informações do PNI (Programa Nacional de Imunizações).

 

Publicado em 22 de janeiro de 2022

Reportagem: Thiago Aquino; Graziela França

Revisão: Lucas Maia

Análise de dados e diagramação: Lucas Thaynan

 

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