Frequentemente, veículos de comunicação do Brasil inteiro divulgam dados gerais, ou por setores, sobre o quantitativo de pessoas empregadas e desempregadas em um determinado período de tempo, seja nacionalmente, nos estados ou municípios. Nós da Agência Tatu fomos mais fundo.
Analisamos como está o mercado de trabalho, em Alagoas, para cada uma das mais de 1.200 ocupações com informações disponíveis no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) – sistema do Ministério do Trabalho e Emprego.
Como resultado dessa investigação, apresentamos uma verdadeira radiografia do mercado de trabalho alagoano, no período de 2013 a 2017. Revelamos dados detalhados de cada cargo, os números de admissões e desligamentos para cada ano e as suas motivações.
Nos gráficos abaixo, é possível navegar pelas informações selecionando uma profissão no campo “cargo” e, o período de tempo, em “ano”. Os círculos maiores e menores representam o volume de desligamentos ou admissões para cada uma das ocupações. Para ver mais informações, basta passar o cursor nos círculos.
As admissões
Os círculos maiores, que saltam do gráfico abaixo, revelam que os cargos de “Trabalhador da Cultura de Cana de Açúcar”, “Servente de Obras” e “Vendedor de Comércio Varejistas” são as funções que mais empregaram alagoanos nos últimos anos.
Os desligamentos
“Trabalhador da Cultura de Cana de Açúcar”, “Servente de Obras” e “Vendedor de Comércio Varejistas” também estão entre os cargos que mais desligaram trabalhadores em Alagoas.
Procurada para explicar os dados informados nesta reportagem, a economista Luciana Caetano, e professora do curso de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), esclarece que o mercado de trabalho em Alagoas é marcado, principalmente, por uma sazonalidade por influências de dois grandes setores: o sucroalcooleiro e o do comércio.
“O que acontece com esses dois setores, principalmente o ligado a cana de açúcar, é que há um grande número de contratações a partir do mês de agosto de cada ano e esse pessoal é mantido até meados de março do ano seguinte, assim se tem um índice de demissão muito alto, em virtude dos contratos durarem cerca de seis meses”, detalha.
As contratações temporárias de fim de ano nos setores de comércio e serviços também ajudam a explicar os números. “Como muitas das contratações desses setores acontecem no segundo semestre, há um desequilíbrio entre os semestres do ano. Em uma média nacional, Alagoas costuma ficar à frente de outros estados em termos de contratações no segundo semestre do ano, mas no primeiro, a questão se inverte”, explica Luciana.