Até a sexta semana epidemiológica de 2024, em fevereiro, os casos de dengue no Nordeste já somavam 15.411. O número é referente aos casos prováveis monitorados pelo Ministério da Saúde, que também registrou 113 óbitos pela doença viral transmitida pelo Aedes Aegypti em todo o país. No Brasil, a soma dos casos chegou a marca de 653.656, destes, a maioria está no Sudeste, que concentra 60,9% dos casos de dengue, enquanto o Nordeste tem o menor quantitativo, com 2,4% do total.
De acordo com os dados analisados pela Agência Tatu, somente até a sétima semana epidemiológica deste ano, em fevereiro, o país já possui mais do que um terço, 39%, dos casos de dengue registrados no ano todo de 2023, que totalizou 1.658.816.
Casos de dengue no Brasil por região
Até a publicação desta reportagem, a Agência Tatu apurou que quatro Unidades Federativas (UFs) já decretaram situação de emergência em saúde pública devido ao alto número de casos de dengue: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Acre, que estão entre as cinco UFs com o maior coeficiente de incidência da arbovirose, no cálculo de casos por 100 mil habitantes.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Distrito Federal é a UF com o maior coeficiente de incidência (2814,5 a cada 100 mil habitantes), seguido por Minas Gerais (1061,7), Acre (644,7), Paraná (611,6) e Goiás (569,6). Por outro lado, seis estados da região Nordeste ocupam as últimas posições no ranking por coeficiente de incidência: Sergipe (21,5), Paraíba (18,9), Pernambuco (15,2), Ceará (14,8), Alagoas (12,7) e Maranhão (5,5).
Coeficiente de incidência dos casos prováveis de dengue por Unidade Federada
Prevenção à dengue
Mesmo as localidades que registram um menor número de casos, ainda é necessário reforçar o cuidado e prevenção ao contágio, evitando a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é o principal responsável pela transmissão do vírus da dengue, da febre chikungunya e do Zika vírus.
Segundo o médico infectologista Renée Oliveira, a prevenção ao contágio da dengue e proliferação do mosquito está amparada em três fatores principais: vacinação, utilizar repelentes e evitar água parada.
“Temos uma vacina muito boa, mas que ainda não chegou para toda população, apenas para alguns grupos prioritários. A proteção contra a fêmea do mosquito aedes utilizando repelentes é, também, mais do que indicado, e o mais discutido, que é acabar com a água parada”, diz o especialista.
Ainda de acordo com Renée Oliveira, o mosquito já não exige mais uma água bem limpa e parada para conseguir proliferar, qualquer poça d’água, em qualquer local, já pode ser o suficiente para a fêmea depositar os ovos nas bordas, que se tornarão larvas, depois pupa (estágio intermediário entre a larva e o adulto) e, por fim, adulto. Esse ciclo dura cerca de 48 horas.
“É preciso um cuidado redobrado dentro e fora de casa. Nunca deixar caixas d’água destampadas, observar as calhas sujas, ou com folhas de plantas, que fazem a obstrução da água corrente e a água fica lá parada no telhado. Dentro das casas também, nos ralos, nos banheiros, atrás da geladeira, as plantas com água, e até a água parada nos lixos acumulados. O mosquito ele já não respeita mais aquela água bem limpa, ele já se adaptou muito bem a isso tudo, como já sabemos”, relata o médico infectologista.