Forma de consumir notícias no Brasil e mundo mudou; confira como

Relatório internacional pontua fenômenos e dados recentes da comunicação

Imagem gráfica com pessoa lendo jornal, outra com notebook e mão segurando um celular lado a lado e dentro de plano roxo e rosa com elementos que remetem a aceleração e mídias
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A agência internacional de notícias Reuters publicou recentemente um relatório com dados importantes sobre o consumo midiático no mundo, nos continentes e países. O ponto central do estudo é a forma como as pessoas consomem notícias, além de apresentar dados sobre os formatos e meios preferidos dos leitores. 

A pesquisa considerou apenas as populações online dos locais, com isso países como Índia e África do Sul ficaram com dados comprometidos, já que têm baixa porcentagem de inclusão digital. Entenda mais sobre o tema clicando aqui

Por outro lado, o Brasil conta com 83% da população no meio digital, sendo o sexto entre os países da América em presença digital. O primeiro lugar é ocupado pelo Chile com 97% da população online. Veja o percentual de presença online dos países americanos na tabela a seguir: 

Considerando todos os que usam a internet em cada continente e país as descobertas mais importantes da pesquisa sobre o consumo de informações no último ano são:

Meios e formatos:

  • Podcasts não são preferências mundiais, 34% dos nativos digitais acessam plataformas de áudio mensalmente.
  • Apenas 22% dos consumidores de notícias online preferem as informações por website e aplicativos;
  • O consumo de mídia tradicionais como jornais impressos e televisão caiu, hoje são 48% interessados mundialmente, em 2017 eram 67%;
  • A maioria dos consumidores preferem ler as notícias, deste modo podem controlar o tempo que passam no material;
  • O consumo de vídeos é preferência no mercado de propagandas; 
  • A confiabilidade em notícias e informações caiu, apenas 4 de 10 usuários afirmam confiar na maior parte do tempo;
  • O pagamento pelo consumo de notícias é característica dos países mais ricos, 17% da população digital destes paga manter-se informados;

Redes sociais:

  • O Facebook é a rede social mais usada até então;
  • O TikTok cresceu 44% no mercado geral e 22% em notícias;
  • O público do Tiktok, Instagram e Snapchat tem preferência por conteúdos relacionados a celebridades e influencers;
  • As redes sociais com maior foco no consumo de jornalismo e notícias mundialmente é o Facebook e Twitter;

Países em evidência:

  • A Grécia é o país com menor percentual de confiabilidade em notícia, 19% afirmam confiar nas informações; 
  • O Japão e o Reino Unido possuem apenas 9% da população pagando por informações, o menor percentual mundial;
  • Filipinas e Tailândia são os únicos países com preferência em outros formatos de consumo, como vídeo;
  • A Finlândia é o país com maior percentual de confiabilidade em notícias, com 69% dos nativos digitais afirmando confiar na maior parte do tempo;
  • A Noruega tem 39% da população digital pagando pelo consumo, o maior percentual mundial;

No Brasil 

O contexto político acirrado vivido no país em 2022 é considerado como evento principal e norteador no âmbito midiático. Para se ter uma ideia, a pesquisa mostrou que 41% dos brasileiros evitaram notícias no período eleitoral e o aumento de casos de insultos e intimidação contra jornalistas cresceu em 133%. 

A confiabilidade nas notícias no país caiu em 19 pontos percentuais de 2015 para 2023. Na primeira pesquisa, 62% dos brasileiros confiavam nos principais canais midiáticos do país, já em 2023 o percentual cai para 43%. 

Em relação ao consumo de internet, 8 em cada 10 pessoas acessam a internet no Brasil. A rede social mais utilizada é o Facebook, mesmo descendo 12 pontos percentuais em dois anos. Atualmente 35% dos usuários brasileiros estão na rede da Meta. 

Os vídeos curtos com o TikTok têm se popularizado no país, crescendo com os maiores conglomerados de mídia presentes na plataforma, como O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão. Da mesma forma, o consumo de podcast cresce, na contramão do mundo.

O relatório destaca que o desinteresse dos usuários por notícias negativas e histórias diárias é uma preocupação significativa. O jornalismo resiliente, positivo e esclarecedor tem se tornado a preferência quando se trata de informações factuais e trágicas. Essas mudanças podem ser atribuídas ao contexto global da guerra ucraniana e ao período pós-pandemia. É evidente que a população digital está buscando alívio mental, até mesmo nas notícias, diante dos recentes impactos históricos em diversos setores da sociedade.

Marco Pellegatti, renomado especialista em estratégias de negócios e desenvolvimento empresarial formado pela Universidade de São Paulo, corrobora com essa perspectiva ao confirmar a fadiga mundial em relação aos acontecimentos negativos. Ele conclui afirmando: "Além dos fatores conjunturais que mencionei, acredito que muitos leitores estão em busca de histórias inspiradoras e motivadoras, uma necessidade humana que sempre existiu e que talvez esteja se fortalecendo cada vez mais."

Dados abertos

Prezamos pela transparência, por isso disponibilizamos a base de dados e documentos utilizados na produção desta matéria para consulta:

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