O leite humano é a principal fonte de nutrição e cuidado do recém-nascido em seus primeiros anos de vida, mas nem todos podem receber esse alimento direto de suas mães após o nascimento. Para isso, existem os bancos de leite humano que coletam e distribuem às crianças que precisam. De janeiro a julho de 2021, foram realizadas 1959 doações em Alagoas, resultando em 852,7 litros de leite humano coletados nestes locais.
Essa quantidade de doações foi três vezes maior que o doado no mesmo período de 2020, quando foram registradas 590 doações. Os dados, analisados pela reportagem da Agência Tatu, são da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano, mantido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O período abrangido foi o ano de 2020 e os sete primeiros meses de 2021. Neste período, 4472 recém-nascidos foram beneficiados com o leite humano e puderam ter acesso ao alimento que é considerado a primeira vacina do bebê.
É por meio dos Bancos de Leite Humano que existe a promoção do aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite. Em Alagoas, os Bancos de Leite Humano estão localizados nas cidades de Palmeira dos Índios, Arapiraca, São Miguel dos Campos e em duas unidades na capital: no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes e na Maternidade Escola Santa Mônica.
A coordenadora do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário, Rosângela Simões, ressalta a importância do aleitamento nos primeiros meses de vida. “O leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido que se desenvolve, pois possui todos nutrientes necessários para uma vida saudável, além de ser o único que promove a proteção imunológica”.
Simões ainda sugere a causa do aumento da coleta de leite este ano. “O ano de 2020 foi bastante difícil devido à pandemia e o estoque ficou muito baixo. Porém, em 2021, as lactantes que estão saudáveis e sabem a importância de doar para o Banco de Leite Humano ou Posto de Coleta de Leite Humano, vem aumentando essas doações”, completa.
COMO DOAR
A nutricionista ressalta a importância de campanhas como a do Agosto Dourado para alcançar mais doadoras. A campanha simboliza a luta pelo incentivo à amamentação e a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. Por meio dos Bancos de Leite Humano, é criada uma rede de apoio, no qual os profissionais estão disponíveis para sanar as principais dúvidas em torno da doação e coleta do leite humano.
“75% do trabalho do Banco de Leite é voltado à assistência das mulheres. O Banco de Leite sensibiliza e conscientiza a importância de amamentar. Então, se aquela mulher que está amamentando e tem excesso, ela vai doar”, relata a coordenadora.
A doação é feita a partir do excesso de produção de leite. A coordenadora explica que as doadoras terão que estar saudáveis, ter realizado os exames laboratoriais no pré-natal e caso não tenham os exames deverão se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde para realizá-los.
“A doação poderá ser feita pessoalmente no Banco de Leite ou a busca da doação em domicílio. A doadora recebe do Banco um kit, contendo vidros esterilizados, gorro, máscara e um folder contendo informações”.
Após a doação, o leite passa pelo processo de seleção e classificação, pasteurização e controle microbiológico para ser distribuído aos recém-nascidos internados na UTI neonatal que apresentam patologias e que não conseguem mamar ao seio.
ENTRE EM CONTATO
- Arapiraca: Banco de Leite Humano Ivete França Lima | (82) 98109-9112
- Maceió: Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes | (82) 3202-3945
- Maceió: Banco de Leite Humano Dr. Carlos Roberto C. Perdigão | (82) 3315-4434
- São Miguel dos Campos: Banco de Leite Humano da Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos | (82) 3271-9401
- Palmeira dos Índios: Banco de Leite Humano Dra. Kátia Born | (82) 3421-9000
*Estagiária sob supervisão da Editoria