Escolher o nome de uma criança que está por vir é uma das primeiras decisões que os pais e mães precisam tomar. Para muitos, a escolha requer muita responsabilidade e reflexão, outros já acham que a decisão é mais simples. No Brasil, a maioria dos pais e mães escolheu chamar seus filhos de Miguel ou Arthur.
Os dados são do Portal Oficial do Registro Civil, idealizado pela ARPEN Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil), e foram analisados pela Agência Tatu.
Miguel foi o nome mais registrado em nove estados no Brasil. Os que mais aderiram fazem parte das regiões Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás). Também aderiram ao nome os estados de Rondônia (Norte) e Minas Gerais (Sudeste). No total, foram 19.107 bebês que receberam o nome ao longo de todo o ano.
Logo em seguida, aparece o nome Arthur com 4.344 registros, sendo o segundo mais registrado do Brasil e o mais escolhido em 5 estados. Entre as unidades federativas, quatro fazem parte das regiões Norte: Amazonas, Roraima, Pará e Tocantins. O Rio de Janeiro também teve “Arthur” como seu nome mais registrado este ano.
Para o antropólogo Bruno Cavalcanti, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), as redes sociais, as mídias televisivas e o meio social onde as pessoas estão inseridas acabam repercutindo nomes que, pela frequência com que são vistos e ouvidos, acabam sendo mais reconhecidos pelas pessoas. “A exemplo disso, podemos citar a frequência de nomes que aparecem em novelas, em músicas, em redes sociais e por ai vai”, destacou ele.
Dos nove estados da região Nordeste, o nome João Miguel foi o mais escolhido em quatro: Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande Do Norte, o que corresponde a um total de 2.362 crianças. Os estados de Alagoas e Sergipe apresentaram os nomes mais diferentes do Brasil inteiro, onde a principal escolha foi Maria Cecília, com 390 registros e Enzo Gabriel com 230 registros, respectivamente.
Cavalcanti também destaca que as mudanças de gerações trazem consigo novas escolhas de nomes. “Muitos nomes que foram escolhidos nas gerações passadas e que eram comuns naquela época já não são tão presentes atualmente”, pontuou. As influências podem ter origens em diversos fenômenos, depende muito de como a sociedade está inserida no cotidiano e nas culturas de cada região, conclui o antropólogo.
*Estagiária sob supervisão da editoria.