Com a chegada do novo coronavírus, salas de aula do mundo inteiro ficaram fechadas para evitar a transmissão do vírus, sendo necessário recorrer ao ensino remoto como um tipo de paliativo. Mais de um ano após o início da pandemia, diversos estados do Brasil já começam a pensar maneiras para retomar o ensino presencial.
O Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa (CTE-IRB), entidade que congrega os Tribunais de Contas brasileiros, levantou, com base nos dados do Censo Escolar de 2020, as condições de infraestrutura de todas as escolas de ensino básico do país, incluindo informações de todas a instituições do estado de Alagoas às quais a Agência Tatu teve acesso.
De acordo com o censo da educação básica, realizado em 2020 pelo INEP, o dado que mais chama a atenção é o de acesso à água potável: 137 escolas de todo o estado não dispõem desse recurso para o consumo dos estudantes. Elas se dividem em 15 das redes estaduais, 114 das redes municipais de cidades de todo o estado e oito das redes privadas de ensino.
Veja:
Além disso, condições sanitárias mínimas se fizeram ausentes em diversos estabelecimentos escolares. 73 escolas não contam com redes de esgoto e a presença de banheiros é ausente em quatro instituições.
Outro fator de relevância, e que deve ser levado em consideração, é a disponibilização do acesso a rede de internet. Em 732 escolas alagoanas não há qualquer tipo de acesso à internet. Destas, três pertencem à rede estadual de ensino, sendo duas delas escolas indígenas localizadas nos municípios de Feira Grande e Traipu.
O estudo do instituto levou em consideração os seguintes dados extraídos do Censo Escolar 2020: acesso a água potável, presença de rede de esgoto, banheiros e acesso a rede de internet. Foram analisadas 2.927 escolas estaduais, municipais e particulares.
O Comitê do Instituto Rui Barbosa salienta que o censo escolar realizado pelo INEP é preenchido pelas próprias instituições de ensino e secretarias de educação. Por esse motivo é possível que erros no preenchimento do censo causem distorções nos resultados da pesquisa, mas destaca que as instituições devem zelar pelo preenchimento correto destes dados, já que erros dessa natureza podem atrapalhar a criação de políticas públicas para a educação.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação e o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Alagoas (que representa as escolas privadas), mas até o fechamento da matéria não obtivemos resposta.
*Estagiária sob supervisão da Editoria