Quase dois anos após o registro dos primeiros casos de Covid-19 em Alagoas, os números voltaram a crescer e fevereiro já é o mês com o maior número de infectados desde o início da pandemia no estado, em março de 2020. Consequentemente, o número de mortes causadas por complicações do novo coronavírus também aumentou e já é o maior desde agosto do ano passado.
Os dados são do Monitor da Covid-19, plataforma desenvolvida pela Agência Tatu que mostra em gráficos o avanço da doença em Alagoas e apontam que, após meses de redução, de 1º a 22 de fevereiro foram registradas 180 mortes. O número já é o maior desde agosto do ano passado.
Fevereiro ainda traz outro registro importante. É o mês com o maior número de casos desde o início da pandemia, somando 31.071 novos infectados em apenas 22 dias. No entanto, a taxa de letalidade da doença vem caindo. Em fevereiro a taxa de mortalidade foi de 579 mortes a cada 100 mil casos, 10% do verificado em setembro de 2021, mês mais letal da pandemia no estado, quando a taxa de mortalidade superou 5 mil mortes a cada 100 mil infectados.
Para o infectologista Fernando Maia motivo para o aumento de casos é o surgimento da variante Ômicron. “Ela é muito mais contagiosa que as outras variantes que já circularam por aqui. Isso explica o grande aumento de casos, embora, é importante dizer, a maioria leves. A gente pode ver que o número de internações caiu muito, de casos graves também caiu muito”, explicou
Maia destaca ainda que a redução na taxa de letalidade acontece por dois fatores. “A variante ômicron é muito contagiosa, mas é pouco agressiva. Outro fator importantíssimo que contribui muito para isso é a vacinação que tem avançado bem, e ela serve exatamente para evitar formas graves e mortes. Com isso, a vacinação tem se mostrado bastante eficaz nesse componente”.
O infectologista ainda fala sobre a possibilidade de a Covid-19 se tornar endêmica. “Ao que tudo indica, se tudo ocorrer como ocorreu em outros surtos e epidemias de outros coronavírus, o vírus vai se tornar endêmico e a gente vai continuar a ter casos de Covid-19 pelos próximos meses e anos, mas serão casos pontuais e isolados. Pode ser que com o avançar da vacinação a doença até se extinga, mas isso é pouco provável, pelo menos em um curto prazo, o mais provável é que a doença deixe de ser epidêmica, como está sendo atualmente, e passe a se tornar endêmica, como é a gripe, adenovirus e tantos outros vírus de transmissão respiratória que a gente tem circulando por aqui”, completa Fernando Maia.
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