O maceioense que recebe um salário mínimo vai precisar desembolsar 18,9% de sua remuneração mensal somente com passagens de ônibus caso o novo reajuste, no valor de R$ 4,10, seja sancionado. Isso foi o que constatou um levantamento realizado pela Agência Tatu.
A tarifa aprovada pelo Conselho Municipal do Transporte Coletivo de Maceió, no final do ano passado, representa o maior percentual em relação ao salário mínimo praticado em cada ano, desde 2012, quando a remuneração mínima do trabalhador era de R$545 e a passagem R$2,30, consumindo mais de 20% do vencimento mínimo mensal.
Veja a evolução do preço da passagem de ônibus desde 1999:
Levando em consideração apenas o último reajuste da passagem de ônibus, realizado em 2018, a variação salarial até janeiro deste ano foi de 8,9%, enquanto as empresas de transporte urbano pretendem elevar o valor das passagens em 12,3%.
O levantamento levou em consideração o valor gasto com 24 passagens (ida e volta), média de dia úteis para um trabalhador em um mês. Do atual R$ 1.039 do salário, os usuários gastariam R$ 196,80 só com transporte público.
Entenda
Durante reunião, em 26 de dezembro do ano passado, o Conselho Municipal do Transporte Coletivo de Maceió decidiu aprovar o aumento das passagens de ônibus urbanos de R$3,65 para R$4,10.
Após críticas e manifestações, no dia 7 de janeiro o Ministério Público Estadual (MPE-AL) convocou uma audiência onde ficou acertado que as tarifas se manteriam em R$3,65 até que os representantes das empresas de transporte coletivo apresentem novas planilhas que justifiquem o aumento.
Além disso, o MPE, que se posicionou contrário ao aumento, informou que buscaria uma solução diretamente junto ao prefeito Rui Palmeira, a quem compete, aprovar ou não, o aumento nas tarifas.