A Agência Tatu nasceu da necessidade de utilizar os dados para contar histórias. E foi com uma matéria que mostrava o impacto dos assaltos na vida dos rodoviários de Maceió, capital de Alagoas, que a Tatu alcançou sua primeira premiação, três dias antes do lançamento oficial do veículo. Ao longo dos cinco anos de história, a Tatu já soma oito prêmios de jornalismo local e regional, além de editais de aceleração.
Na primeira reportagem premiada, os fundadores da agência, que na época eram estudantes, utilizaram dados detalhados coletados via Lei de Acesso à Informação para mostrar como os assaltos a ônibus na cidade influenciavam na saúde mental de motoristas e cobradores. Além dos dados, a matéria contém personagens, especialistas, infográficos e imagens.
A premiação contava com a presença de estudantes e jornalistas, então, para os fundadores da Tatu, foi o momento ideal para anunciar o novo veículo que surgiria em poucos dias. Desde então, mais prêmios de jornalismo em Alagoas foram conquistados, além de um regional.
“Esses prêmios foram muito importantes para nós desde o começo. Com eles, conseguimos manter a Tatu – financeiramente falando – e também conseguimos ser mais conhecidos aqui em Alagoas, o que foi fundamental, principalmente, no início”, destaca a cofundadora da agência e diretora de conteúdo, Graziela França.
Graziela explica ainda que as matérias premiadas seguem os mesmos princípios de todo conteúdo produzido pelo time da Tatu. “Como trabalhamos com jornalismo de dados é fundamental que sigamos as etapas de busca, limpeza, análise e visualização; sempre pensamos assim nos nossos materiais. Além disso, queremos que esses dados, que, muitas vezes, parecem frios e distantes das pessoas, contem histórias”.
Para ela, uma matéria premiada que exemplifica tudo isso e marcou a história da Tatu é a que conta a história de trabalhadores da cultura de cana de açúcar, que sofrem os efeitos da função que mais causa afastamento por acidentes de trabalho em Alagoas.
Editais de Aceleração
Além dos prêmios de jornalismo, a Tatu também foi contemplada em três editais de aceleração. Na prática, esses processos contemplam os veículos selecionados com mentorias, acompanhamento e financiamento para o desenvolvimento do veículo.
O primeiro deles foi o edital de economia criativa da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Alagoas (Sebrae/AL), lançado em 2019, mas que o resultado foi apresentado no primeiro semestre de 2020.
No mesmo ano, a Tatu foi contemplada com o primeiro edital nacional, sendo um dos dez projetos aprovados para integrar o Startup Lab, programa de aceleração de startups jornalísticas do Google News Initiative, que apoiou empresas comprometidas com o desenvolvimento de produtos inovadores que promovam jornalismo de qualidade.
Atualmente, a Tatu integra o programa Acelerando a Transformação Digital, iniciativa da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), com apoio do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e da Meta, empresa dona do Facebook e Instagram. As fases de mentoria já iniciaram e o projeto inscrito visa ampliar a agência para mais estados do Nordeste.
“Desde o primeiro edital em que fomos contemplados pudemos aprender muita coisa, principalmente sobre forma correta de empreender. Quando começamos não tínhamos conhecimento ou experiência na área, então fizemos muita coisa de forma intuitiva e pensando apenas na parte jornalística, sem olhar o lado de gestão. Hoje temos os olhos mais abertos para essas outras áreas da Tatu”, conta a diretora de conteúdo.
“Mas, com certeza, tudo isso só foi possível devido à dedicação dos Lucas [Thaynan e Maia] e dos demais integrantes do time, tanto os que estão conosco hoje, como os que já passaram. Agora nossa intenção é fortalecer mais a Tatu a levar o nosso jornalismo para outros estados do Nordeste”, finaliza Graziela.