Maceió é a capital com maior abandono escolar do país, aponta painel

João Pessoa e Natal apresentam o mesmo índice; Anos finais do ensino fundamental apresentam maior taxa

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A educação se caracteriza como processo contínuo de desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo. Responsável por abrir portas para inúmeras oportunidades, a ausência da criança ou adolescente na escola revela uma triste realidade, que, muitas vezes, esconde a falta de incentivo e vulnerabilidade social das famílias.

De acordo com dados do Painel dos Indicadores Educacionais do município, analisados pela Agência Tatu, em 2019 Maceió foi uma das três capitais do país que tem as maiores taxas de abandono escolar no ensino fundamental. Ao lado de João Pessoa (PB) e Natal (RN), 2,1% dos estudantes da rede municipal saem da escola precocemente.

É considerado abandono escolar quando o aluno deixa de frequentar os estudos durante o andamento do ano letivo, mas volta a se matricular no ano seguinte. Ao contrário da taxa de evasão, que representa os estudantes que não voltam à escola no ano seguinte e perderam o vínculo com a escola municipal.

Ainda de acordo com os dados, é possível constatar que o abandono escolar é cerca de oito vezes maior entre jovens de famílias mais pobres, atingindo, em sua maioria, a população negra. As capitais com menores taxas de abandono foram as cidades de Porto Alegre (RS) e Teresina (PI), com 0%. Já Cuiabá (MT) apresentou 0,1%, sendo consideradas, portanto, as três cidades com a menor taxa de abandono. Confira o panorama:



O desempenho das capitais no ano de 2019 foi analisado na primeira edição do Painel dos Indicadores Educacionais do município de Maceió, divulgado pela Prefeitura em julho deste ano. O Painel busca compilar os dez principais indicadores da educação básica mensurados pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), por meio do Censo da Educação Básica.

Em entrevista à Agência Tatu, o secretário de educação de Maceió, Elder Maia, afirmou que o painel permite conhecer os números de abandono e, com isso, elaborar estratégias que buscam compreender as causas e quais etapas do ensino estão mais suscetíveis à essa ocorrência.

Em Maceió, os anos finais apresentam os maiores números de abandono, entre o sexto e oitavo ano do ensino fundamental, em que há também um alto índice de distorção idade-série.

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Painel foi inaugurado em julho deste ano. Reprodução: Luan Oliveira/Ascom Semed

O Painel de indicadores do Município foi o primeiro produto do Observatório Educacional do Município de Maceió (OBEM), vinculado à Secretaria Municipal de Educação (SEMED), que visa coletar, produzir, organizar, interpretar e divulgar dados, indicadores e métricas relacionadas à rede municipal de ensino.

O secretário explica ainda que é a primeira vez que são sistematizadas em âmbito municipal as séries históricas dos indicadores mais relevantes da educação de forma aprofundada. “Todo o processo da tomada de decisão ligada a partir do didático-pedagógico, infraestrutura, ações e macro da rede vai ser agora conduzida pelo painel dos indicadores”, pontuou.

Retorno das aulas presenciais

A Prefeitura de Maceió divulgou, na manhã desta sexta-feira (30), o retorno das aulas presenciais em todas as unidades de ensino a partir do dia 23 de agosto. Segundo Portaria divulgada no Diário Oficial do Município, o retorno acontecerá, de forma escalonada, progressiva e híbrida. Com isso, os estudantes de uma mesma turma desenvolverão atividades pedagógicas de forma presencial e não presencial.

A Portaria prevê ainda que os estudantes participarão das aulas presenciais por revezamento diário, inicialmente com até 60% da capacidade de cada turma, respeitado o distanciamento recomendado.

*Estagiárias sob supervisão da Editoria

Dados abertos

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